A pandemia é considerada um ponto de viragem na evolução da banca, graças a uma confluência de tendências que estão a transformar a indústria.
A COVID-19 fez com que os bancos se tornassem mais proativos, questionassem os seus pressupostos e se tornassem mais adaptativos e inovadores.
Neste momento, em vez de olhar para trás e para o seu progresso, é mais provável estarem a olhar para as oportunidades que se avizinham.
Acreditamos ter identificado as 10 tendências mais influentes na disrupção da banca em 2022 e na viabilização de um novo e promissor futuro para a mesma.
"Antevejo um futuro incrível para a banca. Entendo este momento como uma descontinuidade, um ponto de viragem, que vai ficar registado como o momento histórico em que tudo mudou fundamentalmente. Vai ser um mundo diferente daqui para a frente."
— MICHAEL ABBOTT, Senior Managing Director – Global Banking Lead
A história é rica em pontos de viragem, a maioria dos quais só se tornam óbvios em retrospetiva. No entanto, para a banca, a pandemia é um ponto de demarcação que é evidente em tempo real.
Os bancos abandonaram, em 2021, a postura reativa que tinham assumido na sequência da Grande Recessão. Tornaram-se proativos e começaram a questionar muitos pressupostos há muito defendidos. Descobriram que podiam transformar-se muito mais depressa e radicalmente do que imaginavam.
E estão também a passar o foco das suas inovações digitais da melhoria para a invenção. Os sinais disso estão à nossa volta, à medida que os bancos abandonam os pensamentos antigos para voltar a imaginar a banca a partir de uma página em branco.
Michael Abbott, o nosso responsável global da área de banca, tem estudado de perto as forças que fizeram da pandemia um ponto de viragem. Estas são as 10 tendências que considera estarem prontas a moldar o setor bancário em 2022.
Banking Top Trends 2022
1. Todos querem a melhor app
As super aplicações estão a dominar os aspetos do mundo digital e da humanização. Os bancos enfrentam uma escolha de alto risco no caminho da competição e/ou da colaboração.
2. O verde chegou para ficar
À medida que as preocupações relativas à estratégia ESG se intensificam, os bancos estão a ser incentivados a proteger o planeta. Apesar dos custos, os retornos valerão a pena.
3. A inovação está de volta
Para acompanhar as fintechs e outros concorrentes, os bancos estão a redescobrir o seu mojo criativo e a fazer uma pergunta importante: "Porque não?"
4. Taxas...um mundo misterioso
Os produtos "gratuitos" comercializados por bancos digitais e por empresas By Now Pay Later, estão a forçar a banca a ser mais transparente e criativa, relativamente às estruturas de taxas.
5. O digital torna-se mais humano
Os bancos estão à procura de formas de estabelecer conversas relevantes com os seus clientes, na esfera digital. As tecnologias podem ajudar a fazer essa ligação humana.
6. As moedas digitais invadem o mercado
Como as criptomoedas vieram para ficar, experiências como CBDC estão a ganhar força. As pesquisas centram-se nos exemplos que comprovam o benefício económico.
7. As operações inteligentes impulsionam o desperdício zero
Na banca, a IA e a aprendizagem automática já ultrapassam, em determinadas situações, o ser humano. A aplicação desta tecnologia permitirá desenvolver operações sem qualquer desperdício.
8. Pagamentos: em qualquer lado, a qualquer hora... e agora de qualquer forma
A próxima revolução terá lugar nas redes abertas, o que permitirá aos bancos reeinventar as ofertas de pagamentos para as novas exigências dos clientes.
9. O digital reforça a sua posição nas pagamentos transfronteiriços
Em 2022 a procura pelo crescimento vai incluir mercados internacionais. É esperado que os atores transfronteiriços procurem bancos digitais para avançar.
10. A guerra pelo talento intensifica-se
A pandemia interrompeu um ativo crítico para os bancos: o talento. A concorrência aumenta e os vencedores transformar-se- -ão em empregadores.
Para perceber para onde vamos, ajuda perceber onde estivemos. Michael Abbott e Alan McIntyre discutem os sucessos e as falhas das 10 principais tendências da banca de anos anteriores. Assista ao vídeo de reflexão abaixo.
Acreditamos que o surto de COVID-19 foi um ponto de viragem para a indústria. O futuro da banca é impossível de prever, mas muitas das forças que moldam esse futuro, podem ser acompanhadas de perto. Estas forças incluem a influência de ferramentas digitais como a aprendizagem de máquinas e a moeda criptográfica, o papel de terceiros na promoção da inovação bancária, e a vontade crescente dos bancos de desafiar os seus próprios pressupostos mais profundos.
As ameaças digitais, a concorrência crescente, as alterações regulamentares e as oscilações económicas pós-pandémicas são hoje questões importantes para o setor bancário. Os vencedores de amanhã serão aqueles que tomarem medidas para mitigar ou gerir estas questões e encontrarem formas criativas e disruptivas de as abordar proactivamente.
Entre outras aplicações, a inteligência artificial (IA) pode ajudar os bancos a fornecer aconselhamento personalizado aos clientes em escala, agregar e analisar os dados dos clientes para obter conhecimentos e melhorar a eficiência das operações de middle- e back-office.