LEGADO OU
LENDA?
Um guia para CEOs extraírem o máximo das novas tecnologias
January 21, 2020
Um guia para CEOs extraírem o máximo das novas tecnologias
January 21, 2020
Hoje em dia, todas as empresas são empresas de tecnologia. Todos os negócios em todas as indústrias estão se voltando para a inovação sustentada por tecnologia a fim de romper o competitivo status quo.
Mas, de acordo com nossa pesquisa – a maior já feita sobre sistemas empresariais –, a grande maioria das empresas não consegue extrair o valor por inteiro de seus investimentos em tecnologia.
O que está acontecendo? A maioria das empresas toma decisões razoáveis sobre como conduzir seus investimentos em TI. À medida que estas escolhas “razoáveis” vão se somando, elas criam o que chamamos de “lacuna de alcance da inovação”. É a diferença entre o valor potencial de seus esforços e o retorno efetivamente obtido.
Pressionados para se moverem com agilidade, os executivos C-level encarregam seus diretores de unidades de negócio, de produção ou regionais para tomar as decisões de caráter tecnológico que afetam suas áreas. Isso funciona bem no curto prazo. Mas resulta em diversos (ou muitos) sistemas altamente customizados e arraigados operando em setores isolados da organização.
Estes sistemas não se falam entre si, num momento em que a natureza da inovação tecnológica é cada vez mais dependente de plataformas, ecossistemas e grandes variedades de dados conectados para alimentar sistemas de IA.
A informação que poderia ser a fagulha para fazer disparar a inovação não é compartilhada. Até projetos-pilotos muito bem-sucedidos não conseguem ser escalados pela empresa. Ao longo do tempo, vai ficando cada vez mais difícil atualizar e modificar esses sistemas para que performem como deveriam, por causa do grau de customização que sofreram.
Se a situação se mantiver assim, os CEOs correm um sério risco de falhar. Eles precisam entrar na trilha rumo aos Future Systems. É uma abordagem radicalmente diferente – e um multiplicador de inovação e valor.
O que são Future Systems? | Pontos-chave |
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Sem limites |
Sistemas sem fronteiras derrubam limites entre:
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Adaptáveis |
Sistemas adaptáveis oferecem escalabilidade e agilidade estratégica:
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Radicalmente humanos |
Future Systems podem ser radicalmente humanos:
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Estabelecemos o que deveria ser uma ótima trilha para investimentos em tecnologia. Primeiro, pesquisamos mais de 8.300 companhias, identificando e separando aquelas que conseguem extrair o máximo de seus investimentos em TI (as “Lideres”) das demais.
Nossa pesquisa revelou os cinco pontos-chave de decisão pelos quais os CEOs passam quando investem em TI. Fazer as escolhas certas nestas áreas é a forma das Líderes estabelecerem modelos de inovação eficazes e construirem Future Systems – e obterem o valor máximo dos seus esforços.
Pontos de Decisão | Soluções Razoáveis e Ideais |
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Progress (Progresso): Quão extensivamente/amplamente deveríamos introduzir novas tecnologias para melhorar os processos de negócio na empresa? |
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Adaptation (Adaptação): Como adaptar nossos atuais investimentos em TI às necessidades mutantes da empresa? |
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Timing of Tech Adoption (Hora Ideal para a Adoção Tecnológica): Como sequenciar e programar adequadamente nossa adoção de novas tecnologias? |
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Human + Machine Workforce (Equipes de Humanos + Máquinas): Como ativar e capacitar nossa força de trabalho para usar a tecnologia de forma ampla? |
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Strategy (Estratégia): Como devemos gerir intencionalmente a interseção de estratégia de negócio com estratégia tecnológica? |
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Novas tecnologias, incluindo IA e cloud, abrem quase infinitas possibilidades de transformar processos de negócio, diminuindo custos de análises e computacionais.
No entanto, as Retardatárias e até as Medianas normalmente optam por aplicá-las em apenas alguns processos, geralmente no marketing e nas vendas.
Mesmo quando companhias criam hubs e flexibilizam silos organizacionais, elas não estabelecem conexões dos hubs para outras partes da organização ou cadeia de valor. Ao fazerem isso, elas não conseguem transferir/estender inovações pela empresa, limitando assim o valor que extraem das novas tecnologias.
Garantir que sistemas de TI podem se adaptar e responder às mutantes condições do mercado parece uma prioridade óbvia. No entanto, na maior parte das empresas, não é. Guiadas por preocupações de segurança, por exemplo, as Retardatárias podem escolher remendar um sistema legado. Se é verdade que o remendo pode funcionar naquele momento, ele trata o sintoma, mas não o problema em si.
Elevar e transferir aplicações para a nuvem – a escolha de várias Medianas – é melhor, mas ainda assim em parte. Migrar para a nuvem reduz custos computacionais e de armazenagem de dados. Mas não garante agilidade estratégica.
Retardatárias e Medianas tomam uma atitude de espera. Foi isso que descobrimos quando perguntamos às companhias no nosso estudo sobre a adoção de 28 tecnologias diferentes.
A maioria das Retardatárias, por exemplo, experimenta tecnologias de vanguarda, mas não planeja nem cogita levá-las adiante corretamente.
Medianas podem se engajar em experimentações pioneiras e também dobrar suas apostas sobre tecnologias customizadas e específicas do seu setor. Ambas as opções são sensatas mas não ótimas: deixar de sequenciar a adoção profunda de tecnologia faz diminuir os retornos dos investimentos em TI. Apostar nos sistemas específicos do setor pode deixá-las isoladas de certas tecnologias mais abrangentes e pode inibi-las de combiná-las no futuro.
As Líderes adotam mais e de forma mais rápida novas tecnologias do que o resto das companhias. E antes mesmo de escalá-las, elas instalam os sistemas sobre os quais precisam capitalizar.
Considere SaaS, software como serviços na nuvem.
A escolha mais tentadora para as Retardatárias é confiar em regimes de treinamento antigos e genéricos. Isso acontece porque elas costumam acreditar que podem recrutar profissionais já treinados quando são exigidas novas competências. Mas a realidade é que agora as competências atingem a obsolescência rapidamente e a descrição das vagas de trabalho evolui mais rápido do que nunca.
As decisões sobre Progress, Adaptation, Timing e the Human + Machine Workforce convergem para o quinto e último ponto de decisão: Strategy (Estratégia). A forma usada por uma companhia para costurar seus investimentos em TI irá determinar quão preparada ela está para antecipar a disrupção e aproveitar as oportunidades.
Quando as Retardatárias permitem às unidades de negócio resolverem seus problemas específicos (a primeira opção), elas estão democratizando efetivamente a TI. Essa abordagem permite às unidades se mover rapidamente. Porém, leva à “TI sombria" (‘shadow IT’), gerida por gente de fora do departamento de TI. Como resultado, os sistemas deixam de operar entre si, inibindo a agilidade estratégica.
O mesmo acontece ao se concentrar na entrada em mercados vizinhos ou explorando novos modelos de negócio. O problema é que a disrupção pode vir de qualquer lugar, não necessariamente dos mercados onde a empresa já está presente.
Ainda não está no caminho (PATHS) para Future Systems? Veja aqui como se preparar para o sucesso, estando pronto para enfrentar decisões em todas as conjunturas:
Identifique os investimentos em TI que são específicos para processos, geografias e funções. Meça seus retornos decrescentes e custos de oportunidade.
Quais investimentos podem ser consolidados ou aplicados em outras partes da empresa para impulsionar eficiências e melhorar os resultados? Dê esse passo junto com seus líderes de TI (inclusive seus Chief Digital Officer, Chief Information Officer, Chief Analytics Officer e, caso você já tenha um, seu Chief AI Officer). Alinhe também com KPIs (indicadores-chave de performance) para acompanhar o progresso.
Uma que esteja baseada em necessidades de toda a empresa e possa ser adaptada à mudança da natureza de funcionários, parceiros e hábitos dos clientes. Demonstre o caso financeiro em termos de contribuição para o crescimento marginal e das receitas. Revisite a estrutura do PATHS sempre que você se deparar com uma nova decisão de investimento em tecnologia. Lembre-se que não basta tomar decisões razoáveis. Nem é suficiente estar alinhado com seus líderes de TI nas decisões. Existe um perigo real de que todos possam estar de acordo com uma escolha perfeitamente justificável, porém não ideal.
As companhias que esperam para construir Future Systems vão achar cada vez mais difícil fazê-lo. As Líderes gozam de uma vantagem considerável e não vão ficar paradas. Os sistemas de que dispõem são especificamente desenhados não só para acomodar inovações em tecnologia e sua aplicação, mas também para criar essas mesmas inovações e escalá-las por toda a empresa. Os seus sistemas deveriam fazer o mesmo.
Nosso Diagnóstico de Future Systems, baseado em 1,6 milhão de data points de mais de 8.300 companhias e processados por modelos econométricos e de árvore de decisão, podem recomendar um plano customizado para guiar empresas na sua evolução para futuros sistemas.
Nosso estudo envolveu o engajamento de altos executivos de mais de 8.300 organizações de 20 setores, em 20 países. Metade desses executivos tem funções tecnológicas, e metade, não; 885 são CEOs.
Coletamos dados sobre a adoção de certas tecnologias, sua penetração (a extensão do seu uso na empresa inteira) e as mudanças culturais (por exemplo, mudanças no mindset em torno de experimentação e colaboração) feitas pelas empresas ao adotarem tais tecnologias. Depois, pontuamos as companhias conforme esses três fatores, chamando as 10% superiores de Líderes e as 25% inferiores de Retardatárias. Aquelas que ficaram entre as posições percentuais 40 e 60 apelidamos de Medianas.
Somente 8% dos CEOs entrevistados atuam em companhias do grupo das Líderes.