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RELATÓRIO DA PESQUISA

Resiliência em ação

Transformar a adversidade em vantagem competitiva para a engenharia, as cadeias de abastecimento, a produção e as operações

7 MINUTOS DE LEITURA

novembro 23, 2023

Resumo

  • A disrupção quase constante na engenharia, cadeias de abastecimento, produção e operações teve um impacto significativo nas receitas, nas margens e nos prazos de entrega.

  • Um novo estudo revela que as organizações mais resilientes capturaram um crescimento 3,6% superior aos seus concorrentes, dando-lhes uma clara vantagem competitiva.

  • O número de organizações a melhorar a resiliência através do investimento em relocalizações, automatização e digitalização vai aumentar nos próximos três anos.

Criar vantagem competitiva para uma resiliência duradoura

Num ambiente de disrupção quase constante, os executivos sabem muito bem do impacto devastador que a falta de resiliência na engenharia, cadeias de abastecimento, produção e operações pode ter nas suas organizações.

Números significativos exigem mudanças

1600$

de potencial crescimento de receitas por aproveitar todos os anos.

+3,6%

de crescimento adicional de receitas que as organizações mais resilientes registaram em comparação com as rivais menos resilientes.

17%

das organizações afirmam ter atualmente uma força de trabalho polivalente.

40%

de aumento nos prazos de entrega nos últimos 2 anos.

Muitas organizações foram rápidas a responder à recente onda de disrupções com soluções de curto prazo, aplicando-as rapidamente a redes globais complexas criadas para maximizar a eficiência de custos e potenciar entregas just-in-time. Outras optaram por estratégias mais reativas, como acumulação de inventário, o que trouxe custos. O inventário usado na produção atingiu um valor de 1900 biliões de dólares. À medida que a disrupção se torna constante, é claro que adotar a resiliência para lidar melhor com as crises e aproveitar as oportunidades que estas abrem para ganhar vantagem competitiva é uma necessidade. Mas como é que as organizações o podem fazer?

Um novo estudo da Accenture concluiu que as organizações mais resilientes têm um crescimento 3,6% maior do que as rivais menos resilientes, dando-lhes uma óbvia vantagem para lidar com disrupções. As organizações mais bem equipadas também registam maior rendibilidade, alcançando 1,2 pontos percentuais (pp) adicionais na margem EBIT face às suas concorrentes. Estas organizações mais resilientes estão a investir na combinação certa de capacidades focadas na resiliência e obtêm melhores resultados à conta dessa opção.

Global/local
Global/local

Um primeiro passo rumo à resiliência

O desafio apresentado pelo atual ambiente empresarial está a levar os executivos a reavaliar a diversificação e localização dos seus fornecedores e produção.

A turbulência dos últimos anos obrigou muitas organizações a enfrentar as vulnerabilidades nas suas redes de fornecimento e produção altamente globalizadas. O nosso estudo mostra que as organizações vão reduzir a dependência no aprovisionamento de "commodities" estratégicas de um fornecedor único ao longo dos próximos três anos. O aprovisionamento regional também está em recuperação com 38% dos inquiridos a optar, hoje, pelo aprovisionamento regional contra os 65% nos próximos três anos.

Os líderes também estão a priorizar centros de proximidade, que concentram a produção e as vendas na mesma região para optimizar a logística, melhorar a gestão de inventário e acelerar a resposta à procura. Concluímos que se espera que o fabrico de produtos em várias fábricas versus fábricas globais aumente dos atuais 41% para 78% nos próximos três anos, um aumento que está alinhado com a crescente preferência em produzir os bens na mesma região comercial, o que se antecipa que passe dos 43% para os 85% em três anos.

Além do aprovisionamento regional e da produção de proximidade, as organizações estão a explorar ativamente a relocalização para reduzir a dependência face a um país, região ou fornecedor específico.

A transição para redes localizadas e reconfiguráveis

Transição para redes localizadas e reconfiguráveis.
Transição para redes localizadas e reconfiguráveis.

Adicionar várias opções de produção e de rede de abastecimento abre mais oportunidades para ser resiliente perante a mudança. Contudo, à medida que a complexidade das redes de abastecimento aumenta, mais silos surgem e as organizações veem-se, rapidamente, obrigadas a lidar com as diferentes regulações nas diferentes regiões e fronteiras. Por isso, ao efetuar grandes mudanças para diminuir o risco das redes, é importante avaliar a maturidade digital das organizações para capturar valor e evitar criar mais problemas.

Felizmente, a rápida inovação tecnológica dos últimos anos confere multiplas oportunidades para as organizações de todos os tamanhos progredirem na maturidade digital e lidar com a disrupção de forma estratégica.

Adapt/advance
Adapt/advance

Investir em capacidades de resiliência para aumentar a vantagem competitiva

Implementar a resiliência exige o total repensar do modelo de negócio e ddo modelo operativo, uma estratégia transversal à empresa que define o rol de mudanças transformadoras. No mundo de hoje, em que o consumo e a tecnologia se movem a um grande ritmo, as organizações que queiram desbloquear valor e fazer esta transformação têm de investir e dimensionar a sua maturidade em 31 capacidades de resiliência.

Alimentadas por dados, pelo digital e pela IA, essas capacidades permitem às organizações fazer grandes mudanças, aumentar receitas e diminuir custos.

Desta lista de 31 capacidades, sugerimos priorizar o investimento nas 11 capacidades emergentes mais alinhadas com o aumento da resiliência, as Capacidades de Resiliência 2.0.

As organizações investem na resiliência

$1B

Investimento total médio na resiliência da produção e da rede de abastecimento, baseado em organizações de tamanho médio de 23 mil milhões de dólares (organizações inquiridas).

Gráfico a representar um investimento de 1 bilião de dólares por organizações em tecnologia de resiliência na produção e cadeia de abastecimento.

Quais são as Capacidades de Resiliência 2.0?

  • Ferramentas de análise estruturada para prever oscilações na procura.
  • Segmentação proativa de clientes para arbitrar a procura.
  • Digital twins, alavancados com uma abordagem colaborativa.
  • Upgrades contínuos às ofertas, para estarem adaptadas às necessidades do consumidor.
  • Abordagens amigas do ambiente para incluir a sustentabilidade por design.
  • Linhas de produção automatizadas e hiperflexíveis.
  • Planeamento dinâmico e orientado por dados com capacidades para cenários what-if.
  • Deteção atempada e preditiva de problemas operacionais.
  • Tomada de decisões descentralizadas e transparentes, perto da execução.
  • Capacidades especializadas remotas, tirando partido da RA, da RV e de outras tecnologias.
  • Contar com uma força de trabalho versátil/multifacetada transversal à cadeia de abastecimento, produção e operações, para facilitar a reatribuição de recursos.

Investir nestas Capacidades de Resiliência 2.0 permite às organizações antecipar desafios e responder depressa e eficientemente às disrupções, pondo a continuidade e crescimento do negócio dentro de alcance. Identificámos três ações para criar um roadmap:

Três ações para criar resiliência

1.

Investir na visibilidade, previsibilidade e tecnologias focadas na continuidade de negócio

2.

Adotar capacidades de engenharia "shift left" para incluir a resiliência no design

3.

Fomentar uma força de trabalho multifacetada para agilidade

Risk / reward
Risk / reward

O tempo para investir é agora

O número de executivos que estão a melhorar a resiliência mediante o investimento em relocalizações de instalações, automatização e digitalização vai aumentar nos próximos três anos, com níveis de investimento 2,5x a 4x superiores aos atuais, que representam 4,5% das receitas médias, ou pouco mais de 1B$s. As organizações também estão a equilibrar os investimentos em relocalizações/deslocalizações com a criação da maturidade digital, incluindo mais automatização. Contudo, os grandes planos ainda não se traduzem em vantagem competitiva.

Porquê? Estas mudanças são grandes,caras e pouco frequentes, pelo que têm de resistir ao teste do tempo. Os requisitos? Uma visão apelativa e responsabilização clara que sustentem os investimentos, garantindo que dão valor a curto prazo e bases para transformação a longo prazo.

Como é que as organizações podem, então, começar a tomar as medidas para criar resiliência na engenharia, cadeias de abastecimento, produção e operações?

  • Avaliar as capacidades atuais em cada área relevante para identificar lacunas.

  • Desenvolver uma visão de longo prazo que defina o que será um processo de preparação para o futuro resiliente e organizar workshops colaborativos a visão e iterar as vezes que forem necessárias.

  • Ver as necessidades de investimento de forma holística. Os investimentos em relocalização, digitalização e automatização são equilibrados para entregar resultados?

  • Criar a governação financeira e operacional para combinar os orçamentos e soluções de IT e de OT para optimizar e acelerar a maturidade digital.

Quem investir no desenvolvimento de capacidades de resiliência e na sua base digital de suporte vai ganhar mais quota de mercado do que quem adiar esses investimentos. Este é o momento para investir e, a um ritmo alto, antes que o próximo acontecimento disruptivo bata à porta.

AUTORES

Max Blanchet

Senior Managing Director, Global Supply Chain & Operations Strategy Lead

Sunita Suryanarayan

Managing Director, North America Supply Chain & Operations, Resiliency Lead

Jeff Wheless

Principal Director – Industry X, Accenture Research

Stephen Meyer

Principal Director – Supply Chain & Operations, Accenture Research